Os pais tem o dever de impor limite a seus filhos. Mas a tarefa não é facil. A carencia de afeto cresce a medida que pais e filhos se distanciam uns dos outros por motivos de trabalho, viagem, separação... Daí os limites são relaxados, confundindo ambos: pais e filhos. Os pais procuram compensar suas ausencias comprando presentes, pagando viagens, flexibilizando horarios e abrindo outras concessões para suprir as carencias de seus filhos. E os filhos aumentam a pressão para ganhar mais liberdade, promessa de ir bem nos estudos, etc. A noção do limite desapareceu e os conflitos se multiplicaram.
O que está acontecendo no Congresso com a farra das passagens é parecido. Os congressista chamam o Congresso de "casa". Lá não existem pais, mas sim "padrinhos". E na prática é a mesma coisa. Os padrinhos tem o dever de impor limites a seus afilhados. Os padrinhos precisam dos votos de seus afilhados para aprovar leis e procedimentos que lhes interessam, e, assim fazem vistas grossas sobre os atos de cada afilhado. Tanto padrinhos e afilhados se beneficiam das mordomias criadas por todos, relaxando os limites de gastos, faltas, passagens, viagens de familiares e amigos... O conflito entre eles, no entanto, só aparece quando a imprensa ou a sociedade resolve denunciar. Mas, como a sociedade não se faz representar na "casa" ou a imprensa negligencia os fatos, lá ficam "eles" dizendo que os procedimentos já estão instalados a muitos anos, prática comum, natural.
A sociedade precisa impor limites a seus representantes e a imprensa é o veiculo adequado para se atingir o objetivo desejado; qual seja, limitar a gastança do dinheiro público que é impiedosamente retirado do contribuinte. É uma tarefa nada fácil, mas que precisa ser perseguida diariamente.
Bressan
Reaching your Soul
Há 13 anos